ENCONTRO SOBRE A PROTEÇÃO DE MENORES NA IGREJA

Lisboa, 20 de fevereiro de 2019

 

Que expectativa tem para este encontro dos presidentes das conferências episcopais, em Roma?

Uma expectativa grande. Em muito boa hora o Papa Francisco quis alargar à Igreja mundial, de uma maneira mais intensa com esta convocação, a sua preocupação e o seu empenho em ultrapassar e resolver um problema que é grave e precisa de ser resolvido. Como se diz e bem, se fomos parte do problema, agora temos de ser parte da solução. É isso que o Papa Francisco quer e é isso que nós queremos com ele e com certeza que estamos disponíveis para fazer todos mais e melhor para evitar situações destas e para que haja uma verdadeira conversão aos valores evangélicos, na intenção e na prática.

 

Este encontro foi apresentado como uma cimeira, o programa indica também uma oportunidade de reflexão sobre o tema. Que perfil acha que vai ter?

É um pouco disto tudo: é um encontro de bispos representantes de todas as conferências episcopais do mundo católico; é também uma ocasião de reflexão, de escuta, de partilha, para se encontrar, como o Papa disse, as melhores indicações para resolver, ainda mais e melhor e sobretudo prevenir, casos destes. Porque, nestes casos, é sempre melhor prevenir do que remediar (embora às vezes só nos reste remediar). É essa a intenção do Papa, é essa a intenção de todos nós para encontrarmos a melhor maneira de ultrapassar um problema, que é um problema grave e que precisa de ser ultrapassado.

 

Que contacto existiu do presidente da Conferência Episcopal Portuguesa com as vítimas, em Portugal?

Nós mostrámos, desde o princípio, tanto eu como os outros meus colegas das outras dioceses, mas concretamente eu, uma disponibilidade grande para escutar quem quisesse conversar ou estivesse disponível para isso. Uma disponibilidade ativa. Ou seja, não nos limitamos a dizer uma e outra vez isso mesmo, mas estamos realmente disponíveis. No meu caso, a disponibilidade era e é sempre completa. E é nesse sentido que ela é ativa. Claro está que não forçamos ninguém a conversar daquilo que não quiser conversar, mas a disponibilidade era e mantém-se ativa.

 

Faz parte do programa da cimeira a apresentação de casos de vítimas e foi pedido aos presidentes das Conferências Episcopais que ouvissem as vítimas. No seu caso isso aconteceu?

Como digo, a nossa disponibilidade foi ativa. E no meu caso foi ativa e repetidamente assim dita. E, por isso, apareceu um caso de uma pessoa que quis falar comigo. E falou… Falou longamente comigo, eu ouvi e com certeza que estive com essa pessoa no seguimento do caso.