Alguns esclarecimentos sobre a celebração da Missa

Comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé

É oportuna uma clarificação no seguimento de notícias da imprensa que circularam depois de uma conferência realizada em Londres pelo Cardeal Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino, há poucos dias. O Cardeal Sarah sempre se preocupou com a dignidade da celebração da Missa, de modo a expressar adequadamente a atitude de respeito e adoração pelo mistério eucarístico. Algumas das suas expressões foram, no entanto, mal interpretadas, como se anunciassem novas indicações, diferentes daquelas até agora estabelecidas nas normas litúrgicas e nas palavras do Papa sobre a celebração para o povo e sobre o rito ordinário da Missa.

Por isso, é bom lembrar que na Institutio Generalis Missalis Romani (Instrução Geral do Missal Romano), que contém as normas relativas à celebração eucarística e ainda está em pleno vigor, no n.º 299 diz: «Altare extruatur a pariete seiunctum, ut facile circumiri et in eo celebratio versus populum peragi possit, quod expedit ubicumque possibile sit. Altare eum autem occupet locum , ut revera centrum sit ad quod totius congregationis fidelium attentio sponte convertatur» («O altar deve ser construído afastado da parede, de modo a permitir andar em volta dele e celebrar a Missa de frente para o povo. Pela sua localização, há de ser o centro de convergência, para o qual espontaneamente se dirijam as atenções de toda a assembleia dos fiéis»).

Por sua parte, o Papa Francisco, por ocasião da sua visita à Congregação para o Culto Divino, recordou expressamente que a forma “ordinária” da celebração da Missa é a prevista pela Missal promulgado por Paulo VI, enquanto a “extraordinária”, que foi permitida pelo Papa Bento XVI para as finalidades e com as modalidades por ele explicadas no Motu Proprio Summorum Pontificum, não deve tomar o lugar da “ordinária”.

Portanto, não há novas orientações litúrgicas a partir do próximo Advento, como alguns deduziram erroneamente dalgumas palavras do Cardeal Sarah, e é melhor evitar o uso da expressão “reforma da reforma”, referindo-se à liturgia, dado que tal, por vezes, tem sido fonte de mal-entendidos.

Tudo isto foi expressamente concordado durante uma recente audiência concedida pelo Papa ao próprio Cardeal Prefeito da Congregação para o Culto Divino.

Vaticano, 11 de julho de 2016

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